(imagem retirada da Web)
Lembranças... quem não as tem
Cravadas no coração
Lembranças são companheiras
São inimigas também
São elas a grande atração
Desta vida passageira...
Lembranças ... quem não as tem
Esquecidas na memória
Revividas na ilusão?!
Herança que é de ninguém
Lança que conta uma estória
Na dança da imaginação
Lembranças ... quem as esquece
Por mais que o deseje fazer
Nos resquícios da razão?!
Lembranças, bagagem que cresce
Na trilha do sobreviver
Nas vias da solidão!
Lembranças ... quem não as tem
Não importa a idade
Não existe condição
Lembranças chegam e partem
Se alojam na saudade
E de lá, não saem não
Lembranças ... culto à verdade
Escoro da hipocrisia
Fuga cômoda e gentil
Compete com a realidade
A certeza, desafia
De tudo o que já resistiu...
Lembranças são pensamentos
Divertimentos hostis
Atrevimento ousadia!
Lembranças são meros momentos
De quem se julga feliz
Tendo-as por companhia!
Você pede melhoras da saúde.
Antes, porém, socorra o enfermo em condições mais graves.
Você pede em favor do seu filho.
Antes, porém, proteja a criança alheia em necessidade maior.
Você pede providência determinada.
Antes, porém, alivie a preocupação de outra pessoa, em prova mais contundente que a sua.
Você pede concurso fraterno contra a obsessão que o persegue.
Antes, porém, estenda as mãos ao obsidiado que sofre sem os recursos de que você já dispõe.
Você pede perdão pela falta cometida.
Antes, porém, desculpe incondicionalmente aqueles que lhe feriram o coração.
Você pede apoio à existência.
Antes, porém, seja consolo e refúgio para o irmão que chora em seu caminho.
Você pede felicidade.
Antes, porém, semeie nalgum gesto simples de amor, a alegria do próximo.
Você pede solução a esse ou àquele problema.
Antes, porém, busque suprimir essa ou aquela pequenina dificuldade dos semelhantes.
Você pede cooperação.
Antes, porém, colabore a benefício dos que suam e gemem na retaguarda.
Você pede a assistência dos bons espíritos.
Antes, porém, seja você mesmo um espírito bom, ajudando aos outros.
Toda solicitação assemelha-se, de algum modo, à ordem de pagamento, que, para ser atendida, reclama crédito.
A casa não se equilibra sem alicerce.
Uma fonte ampara outra.
Se queremos auxílio, aprendamos a auxiliar.
_André Luiz_
Guardo reflexos, Imagens tatuadas Em identidades Quase profanas, Talvez sagradas... De mim Guardo lembranças. Saudades do que Não fui quase sendo. Possibilidades à beira Do abismo e do mar. Um luar nos cabelos, Um sonho para namorar. De mim Guardo fotografias, Retratos e geografias. Corpos que vesti e que Senti como vida. Uma Beleza quase atrevida, Uma acolhida. De mim Guardo a menina E a mulher, a criança Chorando em pé,o Bebê na barriga, A comadre e a Inimiga, a paz E a briga. De mim Guardo rostos E reflexos nos Espelhos, faces De luta e de flor. De mim Guardo apenas O amor (Karla Bardanza) |
Sou o que eu quiser
A vida é um risco...
Sou homem ou mulher
O predador, a presa ou o isco.
Sou inocência ou vingança
Bondosa ou a maldade
Sou a espera da esperança
Por vezes presa em liberdade!
Sou fiel ou traidora
Consoante as provas que me vão dando
Um pouco tímida ou provocadora
Dependendo de como, quem ou quando!
Fraca ou resistente
Com sabedoria ou ignorante
Por vezes triste, outras contente
Garantindo a quem me garante.
Vou amando sem pensar
Vou agindo sem sentir
Para trás não posso voltar
Não quero chorar, apenas rir.
Sou vulgar ou a invulgaridade
Mas passo sempre despercebida
Comigo há sempre rivalidade...
Mas também ando sempre prevenida!!!
Esta é a verdade, para quem queira acreditar
Sou o que eu quiser e bem me apetecer
Sou tentação para quem me desejar
E se existo é porque não quero desaparecer.
(Poema de Alexandra Antunes. Fotografia de José Marafona)
Vejo o mundo renegar o infinito,
Vejo seres mergulharem no abismo,
Vejo o bem que existia, ora é maldito,
Vejo almas moribundas socumbindo !...
Vejo a luz a cada instante mais escura...
E que os humanos já não são como eram antes.
Vejo que cada um cava a sua sepultura...
E que de Deus estão cada vez mais distantes!...
Vejo a humanidade em constante frenesim,
Vejo o mundo todo inteiro em confusão
Como nunca em toda vida fora assim!...
Vejo sinais dos tempos, já sem terem solução
E que o mundo se prepara para o fim...
Convidando o ser humano à contrição !...
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Somos parte de um todo
nele estamos contidos
Ele nos contem
Desde o mais simples ser
desde a menor das partículas
até a maior das estrelas
os sóis, as constelações as estrelas
os indivíduos de todos os reinos
a natureza em todos os níveis
com toda sua pujança e beleza
Todos somos parte de um só organismo
tanto no nosso planeta, até o infinito
tanto nosso lado material,
quanto nosso lado espiritual
um só sistema, de corpo e alma
Naturalmente, integrados interativos
Todos tem sua função, seu propósito, sua missão,
Para harmonia universal
Tudo que somos, que temos
do sistema recebemos
dos nosso pais, da sociedade, dos nosso amigos
de toda humanidade, de Deus
Nossos dons, nossos talentos
Não nos pertence, os recebemos para uma missão cumprir
É uma mutualidade de interesse e deveres.
É um compromisso pelo qual todos se obrigam
uns pelas outros e cada um por todos
Compartilhando, dividindo, somando
Com amor , com generosidade, com fraternidade
Todo seu pão, todo seu coração, todo seu saber
A todo organismo suprir, atender
Para prover toda e qualquer necessidade
Do irmão, da comunidade, da sociedade
da humanidade, da universalidade
Do todo harmonicamente disposto
E tudo isto se resume
Simplesmente em SOLIDARIEDADE….
Almas sedentas, isentas de hipocrisia...
Almas distintas, famintas de rimas, de poesia...
Rastreiam carinho, anseiam driblar o frio, vazio...
Na busca do mesmo desejo, reforçam o ensejo
De serem ouvidas, sentidas, amadas, compreendidas...
Gritos incontidos, uníssonos alaridos
Que rasgam peitos, apontam feridas...
Marcas da vida, ressentida, sofrida...
Mágoas dos dias, dos anos, desenganos...
No encontro, a unicidade, a cumplicidade,
Um ponto qualquer da cidade, sem alarde,
Cantos, recantos esquecidos, empobrecidos
Enchem-se, povoam-se, avolumam-se, enriquecidos...
Vozes entoam, cantam, encantam, acalantam,
As últimas gotas dos copos, garrafas a tilintar...
Trepidantes acordam o lirismo, versos pro ar...
O recinto transborda sonhos...
Batuques de tamborim...
Acordes de bandolim...
E todos se tornam poetas...
....naquele botequim!
(_Carmen Lúcia_)