Quinta-feira, 11 de Agosto de 2011
Andanças de minha alma (Quinca)
No compasso de um passo sem rumo, marcho.
Em momento algum o devaneio de minha alma,
Corroído pela vasta sensação de triste calma,
Abandonou esse coração por um simples facho.

Ainda que meus olhos se fechem a verdadeira luz,
Que minha boca se cale diante de um som soturno,
Ainda que minha mente se prenda a um pensar noturno,
Não me furtarei de afastar de mim este nefasto lapuz.

No compasso de um passo inquieto, eu batalho.
Os versos usados na luta são mudos, mas urram
De complacência por um desejo eloqüente. Surram...
Mas de forma pacífica eles conseguem meu Serralho.
Inerte sensação de pesar sem pós-contentamento...
Divina comédia insana e incestuosa essa minha
Que vaga entre os maus dizeres de certa rainha.
Solidão! Ainda queres arrematar esse inútil sentimento?

No compasso de um passo sem medo, me vejo
A espreitar com veemência as animosidades alheias.
A gritar por alguém me traga logo uma candeia,
E que me vele com coração sincero, mas sem pejo.

 



publicado por escorpion às 04:02
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Sábado, 6 de Agosto de 2011
Os seus olhos (ad)

"Eles são gotas de cristal cheias de mistério
duas estrelas ocultas na madeira nobre
trazem um infinito no seu brilho sério
e uma luz que a sua escuridão encobre

Eles envolvem a sua existência no mundo,
duas lagoas que nas suas obscuras águas
escondem o amor no seu bem calmo fundo
e esquecem, de tantas mal curadas mágoas

Eles também agem como chamas acesas
duas labaredas queimando eternamente
mantêm em sua íris os meus como presas
para serem assados em uma brasa ardente

E perdido, totalmente a eles me entregarei
procurando perder-me na sua infinidade
e sem me queimar neles eu me aquecerei
e então mergulharei em sua eternidade

E se durante a noite fitam-me no escuro
contando-me coisas para me enlouquecer
eterno enfeitiçado, ajoelho-me e juro
não os esquecer, em todo meu viver

E na madrugada em que ficam cerrados
a velar seus sonhos após cansado dia
beijo esses olhos que são meus amados
para os proteger da madrugada fria

Quando se abrem despertos a degustar a luz
em um novo dia vindo para nos deliciar
envoltos de um mistério que a mim seduz
mantêm--me na cama em tênue sonhar

E para um longo dia em que longe dos meus
sofrerão com duros olhos que hão de encará-los
levarei meus olhos para o fundo dos seus
como se meu amor pudesse confortá-los

E no findar da tarde, vendo o sol caindo
na cortina do horizonte em rubro clarão,
eu abraço seus olhos como que pedindo
que aos meus respondam se os amarão

E os seus olhos brilham quando em noite revolta
trocamos mil segredos entre os nossos lábios
vejo nos seus olhos quando assim tão solta
toda nossa história escrita em alfarrábios

Aonde estão seus olhos quando os procuro
no meio das cobertas de uma cama vazia
eu perco-me relembrando o seu brilho puro
e acordo sozinho no raiar de um novo dia

Mas bastam suas pálpebras saírem a me piscar
para que exultante meu coração seja saciado
então eu volto, a nos seus, os meus olhos jogar
e nossas bocas deixarão as palavras de lado

Seus olhos são o início dos meus pensamentos,
o doce meio pelo qual os meus esperam viver,
e da procura o fim que sonho ver há tempos;
todo meu mundo, todo o sonho do meu ser ... "



publicado por escorpion às 12:38
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